quarta-feira, 19 de junho de 2013

Sapo

O sapo que fora príncipe
No seu lamento noturno
Exclamava um dia ter sido Filipe
Olhar florentino, oiro de Saturno
Amara ferverosamente sua Bela
Esbelta, fulgurosa, como só ela
O sapo!
Dentro d´água sua pele humedecia
P´ra consolo de quem padecia
O sapo que fora príncipe
Em castelos, cristais e acepipes
Viajara no vento e no amor
Aquecera lençóis e quebrara encantos
No mundo fora Altar-Mor
Percorrera bosques e recantos
Amou, abraçou Bela sua donzela
Trágica noite montada de gazelas
Uma treva, um sapo no charco
Vácuo com castelos desfeitos
Pedaços de amor e papel desbotado
Bela que amara um imperfeito
Príncipe desnaturado!
Sombras intemporais,
Sabores a lágrimas e corais.

 

Ofélia Cabaço   2013-06-29

 

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