Texto primeiro –
17 de Junho de 2013
Antero de Quental nasceu em Ponta Delgada, na ilha de S. Miguel em 18 de Abril de 1842, foi batizado na igreja de S. Sebastião de Ponta Delgada. Fez a instrução primária na mesma cidade e aprende aos quatro anos francês e com sete anos tem lições de inglês com um professor de seu nome Mr. Rendall. Com dez anos vem para Lisboa estudar no Colégio do Pórtico, na altura dirigido p´lo poeta Dr. António Feliciano Castilho, situado na Rua dos Navegantes.
Um ano depois o
colégio é encerrado e Antero regressa à sua ilha. Dois anos depois faz o exame
da instrução primária. Volta para Lisboa e vai estudar para o Colégio Escola
Académica. É nessa altura que começa a escrever versos.
Com dezasseis anos
matricula-se no 1º.ano de Direito na Universidade de Direito, onde é admitido.
A partir daí
escreve em vários jornais e revistas, é um acérrimo crítico da política de
então, e relaciona-se com os maiores intelectuais da sua época.
Era considerado
como um génio de beleza insondável e uma inteligência proeminente. Engrandecido
pelo seu carater e alma transparente. Tinha um olhar azul profundo envolto de
uma candura inexistente em qualquer moldura terrestre.
Guerra Junqueiro,
Oliveira Martins, Eça, Manuel de Arriaga,Visconde de Faria
e Maia e muitas outras personalidades de uma época de oiro, com mentes
brilhantes na cultura portuguesa, foram seus admiradores e amigos.
Antero. Não foi o
estudo do Direito que o interessou particularmente, se bem que na Universidade
de Coimbra se tornou bacharel formado em Direito. A sua absorvência foi total,
na revolução intelectual e moral daquela época.
Viveu confrontos
de vária ordem durante a sua estadia em Coimbra. Passou por momentos de
incertezas e retórica persuasiva em relação aos ensinamentos religiosos que
recebera da sua família, pertencente a uma aristocracia, com descendência nas mais
antigas famílias de colonizadores.
Acrescentemos a
sua imaginação prodigiosa na mais completa
ardência, em que foi privilegiado pela natureza.
Começou aos dezoito
anos a penetrar teimosamente no pensamento das coisas, na fabulosa poesia que
escreveu, e que nos deixou como herança para além do tempo.
Foi um espirito
moderno, avançado com todos os detalhes a ele vinculados, numa perspetiva de
acompanhamento na evolução de uma sociedade Lisboeta sem características de
coisa nenhuma. Chamavam O Cenáculo a uma pequena reunião de amigos em sua casa,
em Lisboa, que acontecia sistematicamente durante o dia com uns, e à noite com
outros.
Antero era o cérebro enciclopédico dos mais profundos
conhecimentos daquele meio intelectual desde a física, a química, a fisiologia,
o direito, a linguística e a história.
Eram as bases
para um estudo geral com fim a um sólido conhecimento nas várias vertentes da
filosofia portuguesa.
Continuação nos dias que se seguem.
Ofélia
Cabaço 2013-06-17
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