Vai beber águas mansas do lago
Flutua cândida sobre a vinha
Num sussurro de gotas e bagos
Distante do álveo, a nuvenzinha
Suspira campos de magnólias
Ao entardecer no ar se some
Num adeus aos homens se consome
Esconde-se no firmamento, entrelinhas
Outras gotas, encontra a nuvenzinha
Numa cena de mistérios e castelos
Cabeças de cavalos e muros derrubados
São o místico azuláceo de vassalos
Corrupio de mortos abandonados
E, os vivos? Rumorejar descontente
Toque de liras gementes,
Sob chuva ácida dos polos
Na escuridão de ralhos amorfos
Impante de falsos egos, tolos
Brilha e sobe, e desce e sobe nuvenzinha
Rega meu jardim de açucenas
Diz “viva” aquela minha florzinha
Suas pétalas sequiosas de águas plenas!
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