quarta-feira, 1 de maio de 2013

Vida

Vida é uma dádiva com mergulhos
Águas turbulentas, fundos e superfícies
Como a Lua metamorfoseia os luares
A vida oferece-nos Primaveras mutáveis
Delirantes transbordantes de flores
Virtuosas, flamejadas de sonhos amáveis
E, também, bosques de quimeras roxas
A vida oferece,
Campos vazios do nada, paradoxo!
Almas gémeas da minha vagueiam!
Transe de loucura intransigente
Dentro de mim, para mim, mente
Cresci sem asas numa caixa doirada
Vivi a flutuar como onda nua
Gaivotas vadias em torno do nada
Barcos de bronze pespontando o finito
Precipícios, arribanas e eu à beira!
O Sol lá no alto a proteger-me com fulgor
Intensa a minha dor!
Algemas postiças,  lenços brancos
As gaivotas!
Nos olhos alimentei visões caridosas,
Subi montanhas, recebi afagos,
Nas águas, pétalas esvoaçantes,
Flutuaram nas passadas do passado
Na terra, tapetes escorregadios, musgos,
As pedras!
Foram  bússolas no meu horizonte
A vida com vestido de madrasta!
A vida que vale TUDO, às vezes NADA!

 
Ofélia Cabaço 2013-05-01

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