Rio de palavras foi Pessoa
Percorreu planaltos gelados
Amante dos Outonos magoados
Derramou roxo nos lenços
Abandonou Ofélia no elenco,
Ofélia, sua linda “nina”, musa!
No coração adormeceu solidão
Sem forma e sentido, condão!
Em noites pasmadas a desolação
Num sucedâneo de inspiração
Criou! e amou e viveu e bebeu!
Pessoa! O Génio Plebeu,
Passaram cortejos na sua rua
Amores e auroras nuas
Espíritos ironizando o tédio
Por fim passadas no escândalo
Batem no silêncio da noite!
Chapéu à Chaplin, velhinho (…)
Retorno desejado à Brasileira
No quarto, a sós com o íntimo
Na intimidade da imperfeição
Farto da sua perfeição,
Cismou no disfarce do pintor!
Música ao longe, bobos saltitantes,
Abertura de asas no infinito
Cortinados de borboletas esvoaçantes,
Um imenso espaço sem troféus!
Embevecido na magia crepuscular
Adormeceu para sempre!
Morreu o Poeta!
Ofélia Cabaço 2013-05-10
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