sexta-feira, 10 de maio de 2013

Éramos Três

Unidos os três
Os três, palmilhamos léguas
Partilhamos a três  dignidade
Amizade, afetos, cumplicidade
Um dia surgiu a piruças
Atenta, vigiava nosso canto
Risos, ironias subtis, os três,
Ao jantar, contos e conversas
Acontecimentos inesperados
Explícitos (…) por via do implícito!
Éramos três,
À roda da roda dos três,
Resoluções!
Momentos cinzentos, superados
Os três,
Viajaste num dia de chuva,
Choramos os três,
Prenúncio do futuro, enredado!
Teu quarto silencioso, cheiro de ti,
Saudade!
Éramos Três
À mesa dois, os três!
Nos nossos corações timidez
Com receios de sensatez
Na noite ouvimos barulho, em baixo,
Desci a escada, enfrentei,
Não era nada, ninguém como tu,
Subi apressadamente,
Escondi a cabeça somente
Conversei com deuses e fadas
Fiz o esforço do canto,
Éramos Três
Respirei fundo, a alma doía!
Senti saudades do teu café,
Da tua torrada com fé
Lembrei a minha cusquice
Naquele dia, curiosa, escutei
Na porta do teu quarto, tossi!
Esqueci-me que estava a cuscar
Abriste a porta num relance,
Eu disse - Olá!
Rimo-nos os dois, às lágrimas!
Tu serás sempre tecido de mim
És a mais bela flor do nosso linhal.
Foste o símbolo do meu viver!
 

 Ofélia Cabaço, 2013-05-10

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