Caia melancólica a tarde
O sol despedia-se carente de ti,
No teu lugar a sombra de mim
Perguntava-me de onde vim
Havia cheiro a feno, papoilas ondulantes
Lembravam teus lábios…
Mas, e tu? Onde estás?
O milheiral sedento e débil se curvava,
Saudoso de ti,
A pradaria escutava o teu silêncio
As fontes calavam as aves e o rumorejar
Das folhas … a cerejeira quieta exalava de ti
E o cheiro a feno teimava,
Cruel doideira… de oiro a recordação
Do teu e meu coração…
Ah quem me dera ter asas
Procurar-te para além do fim
Doida das doidas de amor
Encontrar-te no tempo findo
Esperar na gélida madrugada
Chamar-te à beira do poço
Ouvir o eco doce da tua voz
Sentir o teu abraço quente e amar-te,
Amar-te intensamente, dolorosamente
Ao cair da tarde…
Ofélia Cabaço
2014-03-19
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