terça-feira, 10 de março de 2015

O Mar


Fui ver o mar imenso, tão azul
Brilhante de luzes e cores
Ouvi um rumorejar sensual
Com pasmo, alegria e calma
Molhei meus pés e elevei a alma
 O mar que me conhece!
Ciciou-me queixumes de menino,
Docemente foi e veio, veio e foi…
No horizonte um trigal doirado,
O Sol ruborizado pintava traços
Dum esguio corpo de mulher
Com irisados cabelos doirados
Estendidos na planície ondulante
O mar,
Que se baba a cada instante, vaidoso…
Porque compõe versos com palavras belas;
 O mar que me conhece!
Conta-me histórias de amores, credo
E dor, enquanto as ondas dormem
E minha boca quase roxa sente
Os beijos mudos…
Branca como a alva, triste e calada
Como o rouxinol no inverno,
Despeço-me até que nasça a madrugada
E os dias a correr, sempre os mesmos
Indiferentes à fragilidade dos tempos.

Ofélia Cabaço
2015-03-10



 








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