Dois vultos olham-se…
Perdidos num reino sem
Vida
Olhares profundos, mãos
sem lida
Saudade da Saudade que
viria…
Ninfas entorpecidas
Vida tortuosa
Amores platónicos
Poetas adormecidos
Sorrisos…
De pobres palhaços,
Dois vultos olham-se…
Sonhos e piruetas
Saltos e pés
Voos e asas
Flores e pétalas
Pintores e telas,
Dois vultos olham-se…
Operários sem máquinas
Lojas sem portas
Polícias sem armas
Palácios sem reis
Oficinas sem som
Povos sem casas
Crianças sem amor
Dois vultos olham-se…
Amor e silêncio
Afagos e mágoas
Caminhos e pedras
Mares e horizontes
Dois vultos olham-se…
Lábios trémulos
Rostos ansiosos
Uma só flor…
Roxa de sua cor
Como um mancha no sonho
Ofélia Cabaço
2013-02-27
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