Abril
sacode os dias com chuvas mil
E as
tardes timidamente quentes
Se misturam
na doçura revigorante
Duma
névoa de lágrimas..., uma subtil
Natureza
que oferece pombas e Sol
Minh´alma
e o sabor efémero da Paz
Trazem-me
as mais belas recordações…
Íntimo
sentimento cor-de-rosa com poesia
E flor
de amendoeira, e eu, prisioneira
Das coisas
que lembro… anestesia
Compacta
que envolve o ar com cheiros
De alfazema
e alvas japoneiras…
Os
pomares que conheço, mealheiros
De insaciada
natureza, inconformada,
Cemitério
de vergel e o canto passageiro
Duma felicidade
calada, desenganada…
Abril,
a serenidade dos dias, levitação
Do real
ao irreal,
O
alimento dos meus sonhos, grãos
De trigo
em mar de searas, o meu coração
Rejubila
e papoilas ondulantes ao rubro
Das minhas
ilusões, inclinam-se e se ajoelham,
Colorindo
de vermelho exangue a minha seara…
E a
verve tece preces que se ouvem na solidão
Do
fim, aonde apenas UM me escuta…
Ofélia
Cabaço
2015-03-23
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