quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Os Incenseiros

Trazidos por navegadores, os incenseiros
Perfumam os jardins de Portugal
Espalham aromas a palácios e pardieiros
Abraçam com vicio o grande portal

 No orvalho choram solidão
Navegaram oceanos em mala de cânfora
De sementes preciosas nasceram com admiração
Foram presentes reais, em terras de fora

 Descontentes foram gigantes delirantes
Tetos de poetas dormentes de amores
Néctar de pensamentos inebriantes
Ramagens nervosas salpicadas por flores

 Em noites de luar intenso
Vivem envolvências sob manto doirado
Vigilantes, as estrelas espreitam com senso
Protestos e sexo de pirilampos desconfiados

 Nos incenseiros as aves constroem ninhos
Neles nascem seus filhotes protegidos da morte
As folhas robustas oferecem orvalho aos passarinhos
Sedentos e indefesos, bebem sem aguaceiro

 Ao incenseiro, clama o loureiro majestoso,
Prepara grinaldas de folhas com intensão
Não há maior glória que um desejo custoso
De homenagear um amigo do coração

 
Ofélia Cabaço 2013-01-09

 

 

 

 

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