segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

O Mar


Debrucei-me na varanda do mar
Com as ondas desabafei mágoas
Ouvi segredos de abismar
Conversei e chorei com pessoas

 Do horizonte vieram vozes de esperança
As prateadas nuvens corriam inquietas
Despercebido D. Quixote perseguia o Pança
Dulcineia, assustada mantinha as dietas

 Imaginei viver no mar, numa gruta,
A porta seria de musgo e janela de carmim
Meus vizinhos seriam algas e chaputa
Os peixes haviam de oferecer-me jasmim

 Teria coroa de estrelas colocada por bruxos
Iria poetizar em jardins de buxos
Havia de amar um príncipe encantado
Nas varandas floridas, com desejo acabado.

 

Ofélia Cabaço 2013-01-10

 

 

 

Sem comentários:

Enviar um comentário