Do alto rochedo rola a
pedra
Feliz e realizada sente-se
liberta
Vem uma onda sem demora
Leva a pedra muito esperta
Uma menina brinca com
ela
Carrega-a no cesto até
seu jardim
A pedra receosa,
flagela
Naquele abandono assim
À sua volta bordados de
goivos
Suspiram aromas
maneiros
Pedem que a leve os
corvos
Que a deixem junto a
ribeiros
A pedra no bico voa,
rente ao firmamento
É deixada ao abandono
em águas cristalinas
Toda molhada não tem
pensamento
Delira por chegar até
às colinas
A nascente zangada a
pedra rejeita
Um limo brincalhão
cobre-a com sua jaqueta
Ela, infeliz, clama o
seu rochedo
Passa um homem que a
atira sem medo
Agora o seu pensar é
contentamento
Nas margens do ribeiro
rebola-se num instante
Nas noites de luar
observa encantamento
Fica com saudades do
que está distante
Ofélia Cabaço 2013-01-28
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