Os dias no tempo,
São de mim a reflexão
São o recolho que se estende em meu redor
A quietude e o murmurar da minha dor
Que se esconde nos braços frágeis da paixão
A música das fontes e os perfumes de jasmim e rosas
São o elixir que me impede dormir em fraterna compaixão,
A canção da natureza que me deixa sonolenta, harmoniosa
Numa leve e doce teia invisível no ar crepuscular, atenta
Aos ruídos indesejáveis das almas que da minha alma arrogam…
E lamentam-se como os ventos do Outono que nunca se encontram
E despem e destroem e magoam…
Foi-me dada a honra de escolher o meu próprio destino…
Mas se fosse uma árvore seria certamente frondosa, daria frutos e atino
Não teria espírito e a culpa seria minha porque escolhi e colhi
Não encontrando o que procuro há mil anos arrogo-me na esperança
Sem qualquer desesperança porque os dias são de mim reflexão e taça
E vida e amor e dádiva…
Ofélia Cabaço
2015-04-12
Sem comentários:
Enviar um comentário