sábado, 11 de abril de 2015

Indignação

Quando a minh´alma para o meu corpo se curvar
Numa consoladora aceitação e resignação
Então eu sei que morri…
Porque não consigo minha vontade elevar;

Contemplar o Tempo onde a minha história gravada
Com revolta e indignação,
É vocação minha e testemunho do meu sentir…
A violência do mal querer para o mal dizer, observada,
É refletir sobre o meu lugar vago na roda da Vida
Da vida que não é a minha mas duma multidão de vidas
Que giram num acervo de acenos que os ventos fazem rodar
De Norte a Oeste e de Leste a Este…
Não é esta a minha vida nem o meu canto é este,


Se já não sou capaz de saborear o silêncio que tanto prezo
E apenas sinto solidão,
Então eu sei que morri…

Antevejo um circo suspenso com palhaços imensos
Esboçando cada um, risos e desilusões num espaço
Que também é meu…
Sinto-me definhar na incapacidade de apelar à razão
Mas eis que, sem que se desse a conhecer e sem exaltação
A razão ocupou o lugar daquele lânguido desinteresse
Enfurecida devolveu-me a indignação esfumando a resignação
Do que sentido não faz ser…
Porque é assim que humanamente reafirmo a minha história!

Ofélia Cabaço
2015.04. 09





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