Quando
a minh´alma para o meu corpo se curvar
Numa consoladora
aceitação e resignação
Então
eu sei que morri…
Porque
não consigo minha vontade elevar;
Contemplar
o Tempo onde a minha história gravada
Com revolta
e indignação,
É vocação
minha e testemunho do meu sentir…
A violência
do mal querer para o mal dizer, observada,
É
refletir sobre o meu lugar vago na roda da Vida
Da
vida que não é a minha mas duma multidão de vidas
Que giram
num acervo de acenos que os ventos fazem rodar
De
Norte a Oeste e de Leste a Este…
Não é
esta a minha vida nem o meu canto é este,
Se já
não sou capaz de saborear o silêncio que tanto prezo
E apenas
sinto solidão,
Então
eu sei que morri…
Antevejo
um circo suspenso com palhaços imensos
Esboçando
cada um, risos e desilusões num espaço
Que também
é meu…
Sinto-me
definhar na incapacidade de apelar à razão
Mas
eis que, sem que se desse a conhecer e sem exaltação
A
razão ocupou o lugar daquele lânguido desinteresse
Enfurecida
devolveu-me a indignação esfumando a resignação
Do
que sentido não faz ser…
Porque
é assim que humanamente reafirmo a minha história!
Ofélia
Cabaço
2015.04.
09
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