Quem te fala da Paz?
Todos e ninguém em si
Paz quão efémera
Desde Adão e Eva já era
A Paz que desconhecemos
Vislumbrei, um dia, uma alva nuvem
Onde timidamente a Paz espreitou
Vieram a ganância e o mal e o vento a levou
No palor duma subtil esperança…
Almas destroçadas rolam a Paz que não vem
E os homens esperam o que ao mundo convém
A Natureza que tudo pode …expectante, defraudada
Com a determinação homicida do homem, a guerra
E o homem inimigo de si e para si inimigo
Contemplando num gozo incessante o seu umbigo
E as intempéries da sua consciência destroem a Terra,
A Paz despida do que é seu, corrompida por poderes de papelão
Vacila nas suas convicções e nada impede o Capelão…
Paz,
Manifesto imutável, Verdade e Justiça que é do coração
Como uma montanha calada nos momentos de ilusão
O coração dos homens…às vezes frios e escuros bebem
Ingloriamente o que foi Glória nos tempos do Bem
E arrastam-se como as serpentes no sequeiro do Mal
Florestas incendiadas, colinas quebradas …monturo
E horas afrontosas desabam na Vida das vidas humanas
E a nuvem alva, ela própria se esconde no esconderijo da Paz
Ao lado duma revolução cósmica porque o homem é incapaz
De admitir que não gosta da Paz…
Esperamos pela Paz eterna, aquela que desconhecemos
A imagem mas sentimos e respiramos o Espírito, caminhemos
De mãos dadas em procissão com todos os seres vivos…
O homem, antecipador e processador da morte e dor,
Procurará um caminho maior e mais amplo em fraternidade
Amor e bênçãos…
Ofélia Cabaço
2015-04-20
Sem comentários:
Enviar um comentário