Chora de indignação, o Homem
Sente um restolho desesperante,
O Deserto tórrido, transpiração
Vácuo faccioso, inspiração! amem
O Homem tem sede, a fome irrita
O vento transporta prenúncios,
O Homem chora (..)
Sob salgueiros débeis, a desilusão
Pedaços de cascas no chão, Carvalhos,
Pisados sistematicamente,
Angústia soberana, manhosa!
Abrigada no grito dos medos
Assim, quieta, maldita!
E, chora o Homem!
O Deserto sem réstia, o escuro!
O silêncio, a sede demolidora,
Lábios crispados, fronte pálida,
Num turbilhão de areias movediças
O Homem sonha e chora e grita e AMA!
Acaricia uma boca, desliza seus dedos
SONHA!
Amacia o âmago de Alma irrequieta
Reza até!
Tem cio e prazer, rebusca VIDA,
O Homem chora!
Coração sofredor sensorialmente calmo
Lívido, mas corajoso o Homem ergue-se!
Acorda as clausuras da vontade
Caminha, rejeita contradições
Arquiteta proezas, sente emoções
Porque o Homem Sente!
Ao longe, escuta as ondas do mar, chega-se!
O mar leva-o entre procelas errantes,
Sonhos transparentes, venturosos
Esperança num novo dia a raiar!
E, chora o Homem!
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