sábado, 6 de abril de 2013

Abraço

Vou inventar um abraço
Um aconchego carinhoso
Dum ser humano bondoso
Longo, forte como o aço

Fico quieta, de olhos fechados
Finjo ser novamente criança
Palmilho as memórias do passado
Visualizo romeiros com crença

Pinto um quadro com seara amarela
Sonho viver na paisagem da pintura
A pastora guarda seu rebanho de aguarela
Veste saiote rodado e blusa de alvura

Continuo no piedoso aconchego
Invento uma cesta de amores-perfeitos
Caminho pelas canadas do desenho, chego!
Todos dormem, palhaços de palha feitos

Receosa, refugio-me no abraço
Melhor imaginar guloseimas
Rebuçados e bolo de melaço
Inventar momentos sem teimas

 
Ofélia Cabaço  - 2013-04-05

 

 

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