Oh! Sol doirado, porque me torturas?
Não despedaces minha alma à despedida
Nesta tarde sensual e duradoura
Não me deixes de amor despida
Pede à Lua que me traga noite cálida
P´ra receber inspiração e poetas
Não quero ser uma infeliz crisálida
Antes, vestir-me do escuro das violetas
Ah! Sol, em cada manhã que apareces
Emerges da terra profundos lírios
Submetes os corações às preces
No desejo de aventuras e mistérios
Fico quieta recebendo tuas carícias
Imagino uma casinha na floresta
Janelinha e vasos plantados com zínias
Dela vislumbro prados com giestas
No meu coração enternecido, tu, Élio
Vibras meus sentidos desmaiados,
Na eloquência forte de periélio
Magoas meus olhos entristecidos
Ofélia Cabaço 2013-04-15