quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Nostalgia

 Levamos dias, semanas, meses, anos da nossa vida a imaginar pessoas que até podem não ser fantásticas, mas que nos entendem, que percebem o nosso olhar, a nossa sensibilidade, os nossos gestos, a nossa capacidade de amar, de partilhar este mundo e a nossa vida de maneira saudável, intelectualmente, sentimentalmente, politicamente até, mesmo que, as opiniões sejam contrárias, imaginamos momentos especiais, daqueles que se instalam no melhor cantinho da nossa alma.

Depois, pensamos e sentimos, que aqueles momentos ficam com a porta entreaberta, muito quietos naquele sítio, à espera..... a porta continua semiaberta, de quando em vez, todos aqueles personagens espreitam, continuam à espera sem nunca se deixarem adormecer.
 
Entretanto, imaginam outros mundos, outras personagens, outros sentimentos, mas nada resulta porque alguém é ninguém......

Mas, se pensarmos que o pensamento é a forma de pensar para pensarmos algo, que nos inquieta e hipocritamente nos facilita o imaginário para logo a seguir nos tornar num só pensamento, egoisticamente negativo e desprovido de todos os primeiros pensamentos.

Não, não quero sentir isto, afinal, vale a pena pensar! É o pensamento que nos atos que se seguem nos fazem felizes ou infelizes, que nos ajudam a crescer, que nos fazem perceber que, apesar de tudo, vale a pena viver.

A vida passa por ser, um empréstimo que nos concederam, para saborearmos tudo o que nela contém, até que, aquela personagem, escura ou talvez não, dependendo do ânimo ou desânimo no momento, a morte, nos convida a um longo passeio sem regresso.

Ela, penso, vai abeirar-se de nós com um sorriso malicioso, com uma fingida leveza de espirito, para lhe darmos a mão sem nenhuma trégua.

Nada de surpreendente, pensamos nós, talvez, na minha caminhada pela vida, encontrei muitas mortes, escuras ou talvez não......

 

Ofélia Cabaço, 29 de Maio de 2011

 

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