quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

A Obra

Se desejas muito erguer obra,
Não peças opinião ao  mau gentio,
Se o  fazes, nem o diabo te lembra
Que tudo o que ambicionaste, torna-se doentio,
Para muitos és considerada louca,
Para outros, pretensiosa e dissimulada,
Chamas a tua justiça com voz rouca,
Mas tudo o que consegues ouvir são ecos,
tão longínquos  e ruidosos,com  subtil fúria
Numa torrente de fantasmas invejosos,
Que te atormentam a alma, com chicote,
E, tu, triste e chorosa, chamas por Maria
Divina como só ela, serena e majestosa,
Sussurra baixinho, conselhos doces como chocolate,
Embalada naquela paz iluminada, enternecedora,
Recomeças a tua obra, agora mais inspiradora,
Tão alva e mansa como a neve, quando à tua porta bate,
Fazes o que podes, com  o máximo do que sabes,
Transmite o teu sentir e a tua verdade,
Caminha direita, hirta como as verdes sebes,
Que, nos jardins dos solares, te ouvem com lealdade,
Segue o teu instinto, realiza o teu sonho,
Estrutura os teus desejos, trabalha com afinco,
Em cada hora que passa, alarga-se o caminho!
E, lá na reta, uma luz brilha como jóia de brinco,
Saúda-te, abraça-te e abençoa-te!
 
Ofélia Cabaço 2012-12-07

 

 

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