A praia de areia branca
Até às rochas estende-se,
As rochas altivas, descrentes
São negras como o breu,
O dia começa cinzento!
O mar lava-lhes a cara com fúria,
Dá gargalhadas sonoras
Que se fazem ouvir no horizonte,
Então? diz o mar às rochas:-
Inúteis… estão aí paradas,
À mercê dos ventos,
Da chuva, do Sol, e de mim que sou forte!
E, o mar continua a rir alto.
As rochas olham, tristes para ele,
Desejam ter pernas ou asas,
Fugir ou voar para muito longe...
Mar ingrato, pensam as rochas, cruel!
Assim paradas, ficam a olhar-se,
Num pasmado silêncio comovedor,
Ao entardecer o mar veste-se
De túnica laranja, coloca chapéu
Vermelho, e, brilhante estende-se,
Calmo, sonhador, conversador,
Deixa-se enternecer com as sereias,
As rochas mais aliviadas, babam-se
De espuma branca,
Refrescam-se e conversam espevitadas
Com os pássaros que por ali abancam
Para pernoitarem,
Elas poem a mesa com toalha de espuma,
Búzios, mexilhões, peixes e caranguejos,
A lua sorri, redonda como uma hóstia,
Lá do alto, contempla o magnifico cenário,
A noite está calidamente encantadora,
A lua reflete-se no campanário,
Mas, e o mar voltará a enfurecer-se?
Interrogam-se as rochas, inquietas!
Quem sabe? Talvez ao amanhecer,
Quanta força! Quanta arrogância!
As ondas brincam em dias de calmaria,
Enrolam-se carinhosamente, riem
Muito baixinho, como quem chama por Maria
Enquanto o mar se diverte e espreguiça
As rochas atentas, negras como o breu,
Vigiam a praia branca,
Apesar do mau génio do mar,
Conhecem-se no tempo, na história,
Tal como o caçador e o seu lebré
Nas altas montanhas de largas ancas,
Em silêncio, deixam-se adormecer
Até que a aurora as vá saudar,
E, tudo recomece!
Ofélia Cabaço, 02 de Junho de 2011
Até às rochas estende-se,
As rochas altivas, descrentes
São negras como o breu,
O dia começa cinzento!
O mar lava-lhes a cara com fúria,
Dá gargalhadas sonoras
Que se fazem ouvir no horizonte,
Então? diz o mar às rochas:-
Inúteis… estão aí paradas,
À mercê dos ventos,
Da chuva, do Sol, e de mim que sou forte!
E, o mar continua a rir alto.
As rochas olham, tristes para ele,
Desejam ter pernas ou asas,
Fugir ou voar para muito longe...
Mar ingrato, pensam as rochas, cruel!
Assim paradas, ficam a olhar-se,
Num pasmado silêncio comovedor,
Ao entardecer o mar veste-se
De túnica laranja, coloca chapéu
Vermelho, e, brilhante estende-se,
Calmo, sonhador, conversador,
Deixa-se enternecer com as sereias,
As rochas mais aliviadas, babam-se
De espuma branca,
Refrescam-se e conversam espevitadas
Com os pássaros que por ali abancam
Para pernoitarem,
Elas poem a mesa com toalha de espuma,
Búzios, mexilhões, peixes e caranguejos,
A lua sorri, redonda como uma hóstia,
Lá do alto, contempla o magnifico cenário,
A noite está calidamente encantadora,
A lua reflete-se no campanário,
Mas, e o mar voltará a enfurecer-se?
Interrogam-se as rochas, inquietas!
Quem sabe? Talvez ao amanhecer,
Quanta força! Quanta arrogância!
As ondas brincam em dias de calmaria,
Enrolam-se carinhosamente, riem
Muito baixinho, como quem chama por Maria
Enquanto o mar se diverte e espreguiça
As rochas atentas, negras como o breu,
Vigiam a praia branca,
Apesar do mau génio do mar,
Conhecem-se no tempo, na história,
Tal como o caçador e o seu lebré
Nas altas montanhas de largas ancas,
Em silêncio, deixam-se adormecer
Até que a aurora as vá saudar,
E, tudo recomece!
Ofélia Cabaço, 02 de Junho de 2011
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