segunda-feira, 14 de março de 2016

Quando penso...

Ninguém por mim chama,
A casa vazia de cores e flores, solitária,
E os sentidos em conversa écloga
Bosques sombrios e vegetação multíplice
Aonde o Sol não entra, cúmplice...
Somem-se no mar como quem dialoga,

Saudade, sussurros ao meu ouvido
e tu, com meiguice de menino
me afagas os cabelos, em pequenino
Os teus mimos amorosos, como botões a florir
Indeléveis...
Tanto me beijavas, agradecido;

Tão belo é ouvir conversas do mar,
No silêncio do Sol-poente e amar
O vento que te traz em barco à vela
P´ro meu regaço molhado de ti, tutela
infinita, asas agitadas nos roçam a fronte...
E os afetos que o vento rejeita e o mar aceita
na melancolia dos nossos dias...defronte,
O mar que me ensinou pensar e amar
Talvez me chame e me confronte...

Ofélia Cabaço
2016-03-14


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