Chove e
as bátegas tocam-se
como
barulhentas pérolas,
São
lágrimas no meu coração...
No
parapeito duas rolas sacodem suas asas
Silêncio,
e como uma onda que vai e volta,
O
arrulhar descontente das aves
Espreito
a quietude da paisagem...
e como
um manto desgastado pelo tempo,
surge
a bruma que se envolve e confunde...
Melancólica,
espectral é a minha saudade,
Escultura
no ar nebuloso, figuras minhas adoráveis,
A
bruma...
Minh´avó
acenando não sei bem d´onde,
Cabelos
esvoaçando, colunas de mármore, incontáveis
Vinhas
e cachos verdes, pomares desertos,
Um
arrepiante nevoeiro e o silêncio sepulcral
Igrejas
e catedrais, tão longe e sempre mais longe,
Como a
fugirem de mim...
Não se
ouvem sinos nem Trindades,
E,
minhas mãos erguidas em suplício e saudade.
Ofélia
Cabaço
2016-03-07
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