sexta-feira, 22 de março de 2013

REBENTOS

Mãe que concebe o Ser
Alegria transbordante,
Nove meses insondáveis
Surpresas inesgotáveis
Invasão do coração
Com sensações indeléveis
Diferentes nascimentos a despertam
Ouve deleitosamente a Mãe  Natureza
Repara com doçura nos rebentos,
Escuta o rumorejar das folhas,
Ali, uma ervinha nasce sossegadamente,
Acolá, um ninho de pássaros ergue-se
Existe Amor no ar!
A Mãe come limões azedos,
Mas não! São delicias de desejos,
No silêncio perscruta reviravoltas,
O pequeno Ser dá resposta às emoções,
Ouve Mozart, Vivaldi, lê Pessoa e,
Ele gosta, aconchega-se junto ao umbigo
A Mãe embevecida, emociona-se!
Toca-lhe através da sua barriga
Imagina-o a sorrir,
Penteia seus caracóis de olhos fechados,
Veste-lhe o bibe guardado no baú,
Ensina-lhe a tocar na terra,
Corre com ele no parque,
Adormece-o ao som de baladas
Pensa; Se for menina rosada,
Chamar-se-á Flor, terá laços,
No casaquinho uma joaninha bordada
Deus, Milagre das coisas,
Mãe, o centro da sua vida,
Sou Mãe, amo ser amiga!
Mãe! Talvez tenha tido, em algum lugar,
Avó sim, na maravilha dos afetos,
Vou ser como tu minha Avó!
Muito baixinho te digo: Vou ser Avó!
O mistério do encantamento!

 
Ofélia Cabaço 2013-03-222

 

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