Nossa Senhora da Oliveira de mãos postas
Com olhar triste, manto azul
Implora clemência para todos nós,
O povo em silêncio ouve o sermão
Os sinos da igreja dançam com o sacristão
Redobram ecos em redor da freguesia,
Raparigas com ramos de violetas
Caminham lentamente atrás do andor
Ouvem-se orações, batidas no tambor,
Nas janelas, esvoaçam colchas de muitas cores
Hortenses e açucenas, tornam as varandas vaidosas,
Ramos de criptomérias misturados com camélias,
Atapetam com aromas a rua direita……………..
A música mistura-se com o cheiro dos incensos,
O Senhor Espirito Santos permanece nos corações
Grupos de estudantes marcam o seu passo,
Com vestes negras, as viúvas sentem emoções
Escondem seus rostos nas mantilhas de rendas,
Choram, maldizem alegria efusiva,
Desejam paz aos seus entes queridos;
No arraial, o povo passeia suas vestes,
As velhas rezam junto ao coreto
Desdenham em sussurro,
A pobre
porque é miserável,
Bajulam a rica com sorrisos contrafeitos,
Têm receios,
nada há a dizer!
As crianças levam puxões de orelhas,São muito riquinhas, a travessura é demais,
Aquela ali, vai de branco, virgem já não é,
Foguetes disparam lágrimas de fogo,
Rostos embevecidos, sobem nas nuvens,
A Senhora da Oliveira vestida de sécias
Resplandecente, na Fajã é padroeira,
Sempre acompanhada por anjinhos,
Protege as crianças de todo o mundo.
No final em uníssono dizem as velhas:
Ei mulhé, louvado seja Dês!
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