Vidas embaladas por colossais maremotos,
Invasões cruéis por mãos de cascavéis,
Algo nos diz que fomos traídas, injustiçadas,
Até há pouco, vivíamos com relativo sossego,
Respirávamos, pensávamos, imaginávamos,
Não falávamos, não tínhamos voz,
E, tudo corria, com lentidão é certo!
Sem darmos um passo, algo nos invade,
Que fiz eu de mal? Perguntamos;
As águas furiosas arrasam expetativas,
As árvores tombam,
Os telhados voam,
A água que era branca, cristalina……………
É negra, mudou de cor, não percebemos!
Esfomeada, engole tudo em redor,
Demora a cansar-se de fazer tragédia
De repente retrocede, devolve destroços,
Arrependida volta para o seu leito azul
Fica escutando os choros de adultos órfãos,
Sentamo-nos no alto da vida,
Observamos pântanos lamacentos,
Destruição da instrução,
Comboios que não param,
Mulheres que acenam a nada, sem nada!
Campos hostis,
Terras magras;
Stop………………………………………………
Saltamos
do topo da angustia,
Serenamos
espíritos,Gritamos: Vivas,
Caminhamos em cordão
Gesticulamos com anseios,
Juntas, batemos às portas,
Abrem-se janelas,
Trabalhamos, construímos,
Semeamos, plantamos,
Sorrimos com mágoa,
Abraçamos Esperança,
O Sol brilha,
As flores rebentam,
Os telhados voltam,
As árvores juram ficar de pé,
As crianças correm,
Os sinos badalam,
Prosseguimos até tocar as nuvens,
Choramos para regar os campos,
Erguemos tudo o que é preciso,
No fim, serenas as mulheres amam,
Entrelaçam trigo sem joio!
Respiramos Liberdade,
Abraçamos Dignidade,
Cultivamos Igualdade,
SOMOS
MULHERES!
Força,
finalmente!Ofélia Cabaço 2013-03-10
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