segunda-feira, 2 de maio de 2011

PORTA

Nunca me bates à porta!!!
Fico a cismar, imaginando
aquele momento de me abraçares!
de dizer-te baixinho ao ouvido:-
gosto de ti, iluminas a minha vida!
Penso em ti!
Nunca falamos, nunca conversamos!
Relembro a todos os momentos
o teu doce sorriso, o teu olhar tão terno,
sinto o meu coração envolver-se
de uma claridade e aquecimento
que aos poucos me vai transformando
numa guerreira a sobreviver
de uma guerra sem tréguas,

Talvez o caminho seja longo,muito longo,
as imensas ávores quase centenárias
estendem-se num verdejante cansaço e
deixam espaço aos jovens arbustos,
esses sim, radiosos e viçosos.....
quase imponentes,
na sua curta existência.

A minha alma quer gritar bem alto...

ávores, arbustos, natureza imensa...
podem conversar, podem amar-se,
                 podem sussurrar
A Lua esconde-se radiosa,
Vai a noite harmoniosa,
O Sol nasce resplandecente,
Surge a manhã incandescente...
os meus desejos inquietam-me,
O meu coração chora.....
A minha alma tem frio e,
tu, nunca me bates à porta!

Ofélia Cabaço, 25 de Setembro de 2009

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