Fui
ver o filme “Florence”; belo filme no ponto de vista do amor, e
da forma, nem sempre veemente em fazer-se alguém feliz.
Atualíssimo, nas amizades interesseiras, desde um conceituado
professor de música até ao vendedor de jornais. Fez-me pensar, esta
história, em uma opinião, que eu própria tive acerca de um
acontecimento, no que diz respeito à terceira idade, segue:
-Vi
na televisão, um pequeno documentário, em que num centro de idosos
do país,orientados por alguém responsável, foram personagens dum
pequeno festival, representado com certa euforia pelos personagens. A
ideia, para mim, naquela altura, foi a de que estavam a expor os
velhinhos ao ridículo coisificado; nem sequer pensei, que
porventura, eles, provavelmente estariam muito felizes. Arrepiou-me,
os sorrisos, numa exposição de desdentados e alguns com dentes
visivelmente estragados. Achei que a narrativa televisiva não era
honrosa e as cenas péssimas. Não me alegrou em nada, e fiquei
melancólica em relação à velhice e a toda a sua trajetória.
Pareceu-me que alguém para se identificar na sua profissão, de
forma especulativa, tinha proporcionado toda aquela representação.
Hoje, coloco dúvidas e penso: estariam felizes os velhinhos? Se sim,
oh! Então valeu a pena.
Em
“Florence”, a hipocrisia é uma constante. O interesse da roda do
mundo, a globalização violenta na ofensa e no escárnio pelo outro,
é coisa que tem piorado e com toda a tristeza que sentimos, vai
crescer avassaladoramente. Do cidadão comum, há uma corista que
apesar da sua rebeldia, é humana e tem sentimentos, o que nos leva a
acreditar que no meio de tanto interesse existe gente boa. Do filme,
consolou-me um amor enorme, e uma dignidade imensa, o marido.
Condenado e/ou suspeito por deixar sua mulher expor-se ao ridículo.
Ninguém tinha mais respeito por Florence que o seu marido, embora
algumas perspetivas fossem perturbadoras para ele que a amava. Ela,
de uma bondade enorme e uma mulher de fortes afetos, em especial,
pela música.
Durante
o decorrer da sessão pensei numa história, que li em tempos, de
Óscar Wilde: A Tia Jane, não foi
parecida, mas tratou-se de algo que muito a faria feliz, e, aqui, não
se concretizou...
Belo
filme, fez-me pensar que fazer as pessoas felizes é um dom, e não
nos cabe julgar.
Aprendi,
e como todos os dias aprendo, fiquei muito contente.
Ofélia
Cabaço
2016-09-07
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