Percebemos
o que leva determinadas pessoas a terem emoções que produzem
sentimentos de ódio, sem que tenham a mínima apetência para
racionalizar atitudes e pensar soluções; não pode dar, aquele que
não recebeu, i.e., amor, fraternidade, partilha ou o que quer que
seja daquilo que nos ensinaram acerca destes conceitos, daí
percebermos numa análise singular o porquê, muitas vezes de tanta
revolta; o povo na sua genuína sabedoria diz que até para se nascer
é preciso sorte. Tudo isso compreendemos, e, aqui, a emoção é de
compaixão.
Todos
nós, sem exceção, temos vivências, que podem proporcionar um
odiozinho de estimação, mas, pensamos a causa, e sabemos o que
causou a celeuma. Na memória persiste uma narrativa, uma espécie de
filme, que, de quando em vez, se desenrola e apresenta algumas
emoções prestativas ao desenvolvimento, quiçá, da violência, da
tristeza, da angústia, da dor, da humilhação, e, só por pequenos
instantes pensamos harmonia; na nossa mente, algo nos diz que
situações como estas, são para eliminar, deixando todos aqueles
lugares vazios e expectáveis a valores maiores, mas, sabemos o que,
na realidade, suscitou esta angustiante inquietação, pois não
passa de um caso, entre tantos casos por este mundo afora, sem que se
chegue a vias de má-fé. É assim que deve ser, sem qualquer
facciosidade.
Mas,
o que é de intrigar e abismar, é quando se odeia sem se saber
porquê; ouvimos sucessivamente que sem tolerância não existe paz,
sabemos isso muito bem, e sabendo também, que nem sempre
correspondemos ao conceito, mas, não é novidade nenhuma que também
sabemos, que somos seres imperfeitos, por mais que ajustemos
condições para agir em conformidade. O que pensarão mentes que
odeiam sem justificação? Se tudo tem uma causa, qual a coisa tão
absurda, que insiste numa condição sem causa?
As
falhas de caráter podem produzir muitas veleidades, mas, tem de
haver conjuminância entre uma coisa e outra, i.e., por exemplo,
entre verdade e mentira, para a consumação de justiça ou
injustiça..., mas, odiar sem causa, deixa-me em ESPANTO...
Espinosa:
“Um afecto não pode ser controlado ou neutralizado
excepto por um afecto contrário mais forte do que o afecto que
necessita de ser controlado”.
Mesmo
usando emoções positivas, sobre as negativas, com raciocínio e
esforço intelectual, como pensava Espinosa, não resulta em quem
odeia por odiar...
Ofélia
Cabaço
2016-09-12
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