sábado, 27 de agosto de 2016

Irredutível Dor,

Sinto o que penso
E ao pensar o que sinto
Torna-se irredutível a minha dor
Como posso negar solidão?
Como? Se não sinto solução (…)
Ao Espírito dos espíritos faço evocação
À beira do abismo grito e não oiço eco
O Silêncio que me desespera
Responde-me..., com boca calada!
Balbucia o meu infortúnio, tétrico,
A par d´uma angústia alargada,

O brio do que fui,
Esfuma-se a cada instante,
E nos que se seguem, deixo-me levar
Por cima de mim mesma...
A minha mão segura o impensável
Subo, agarro, a fundo respiro,
E, brandamente suspiro...
Dentre tumultos e desespero tantos
Abomino de quem não se sabe, impropério...
Quem me dera ser planta ou erva
Viver em absoluta liberdade,
Não ter o riso amargo da serva
E sentir que não é vã a minha existência...

Ofélia Cabaço
2016-08-27




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