segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

À Beira do Caminho,

Denso foi o nevoeiro que fez das montanhas catedrais

Lá longe, muito longe, espreita a claridade

Poisa palidamente, transforma as vidraças em cristais,

Surge a Esperança resplandecente e sem idade,

Respingou gotas de orvalho na minha triste saudade

Ela, que não se cansa de me enganar (…)

Um dia conversei com o Fado e despedi-me com desolação

Mas a vida deu-me abraços de fingida consolação

Sentei-me à beira do caminho e refleti impossíveis,

O vento deu-me beijos, afagos e ilusões aprazíveis

A Lua presenteou-me com sonhos e quimeras,

Enfim, simbolizei os afetos com coroa de heras.

 

Ofélia Cabaço


 2013-10-09



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