nunca te senti, nunca te amei
nem sequer contigo conversei;
és uma bola de neve, leviana,
a saltitar de Diana em Diana;
sinto mágoa, sofrimento,incertezas,
das coisas que sei serem certezas;
como posso ter saudades tuas?
sendo eu, uma alma cheia de culpas,
sei que não existes... sou tonta;
vou desviar as minhas mágoas
para o sotão das teias, num baú!
coloca-lo-ei num recanto mau ....
irão ser recordações de ontem,
pintadas a óleo por um mago,
ficarão arrumadas, tão arrumadas,
como os cachos das uvas, bago a bago;
um dia vão acordar, já muito desaprumadas,
sem cor, sem ilusões, sem culpas.....
como depois de um Verão vaidoso,
o Outono aparece de rosto nervoso;
ofelia cabaço, 2001-06-21
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