Levamos dias, semanas, meses, anos da nossa vida a imaginar pessoas que até podem não ser fantásticas, mas que nos entendem, que percebem o nosso olhar, a nossa sensibilidade, os nossos gestos, a nossa capacidade de amar, de partilhar este mundo e a nossa vida de maneira saudável, intelectualmente, sentimentalmente, politicamente até, mesmo que, as opiniões divirjem,imaginamos momentos especiais, daqueles que se instalam no melhor cantinho da nossa alma.
Depois pensamos e sentimos que aqueles momentos ficam com a porta entreaberta, muito quietos naquele sítio, à espera..... a porta continua semi-aberta e de quando em vez todos aqueles personagens espreitam e continuam à espera sem nunca se deixarem adormecer.
Entretanto, imaginam outros mundos, outras personagens, outros sentimentos, mas nada resulta porque alguém é ninguém......
Mas, se pensarmos que o pensamento é a forma de pensar para pensarmos algo, que nos inquieta e hipocritamente nos facilita o imaginário para logo a seguir nos tornar num só pensamento egoísticamente negativo e desprovido de todos os primeiros pensamentos.
Não...não quero sentir isso,!?!,afinal vale a pena pensar! É o pensamento que nos atos que se seguem nos fazem felizes ou infelizes, que nos ajudam a crescer, que nos fazem perceber que, apesar de tudo, vale a pena viver.
A vida é um empréstimo que nos concederam, para saborearmos tudo o que nela contém,até que, aquela personagem, escura ou talvez não, dependendo do ânimo ou desânimo no momento, a morte, nos convida a um longo passeio sem regresso.
Ela, penso, vai abeirar-se de nós com um sorriso malicioso, com uma fingida leveza de espirito, para lhe darmos a mão sem nenhuma trégua.
Nada de surpreendente, pensamos nós, talvez,na minha caminhada p´la vida, encontrei muitas mortes, escuras ou talvez não......
Ofélia Cabaço, 29 de Maio de 2011