Dia
frio e cinzento, hoje como dantes,
as
árvores escorrem lágrimas baças
dançam
e choram, é como ser e não ser,
olho,
penso..., torturam-me lembranças
o rumo
que tomou minha vida,
por
mim, ansiosa, descoroada de esperanças;
Então,
conversava comigo, comovida
receava
enlouquecer e de mim esquecer,
Era um
deserto à minha volta e na volta, sombras,
mais de
toda a gente, dançavam nos meus ombros...
no meu
colo, uma doce velhinha soltava tristes baladas,
O meu
invulgar desejo a enriquecer...
Junto à
janela uma cameleira com brancas flores, sem aves,
sacudia
gotas de chuva leves e breves,
no meu
peito uma ânsia rebelava uma profunda tristeza
memórias
de constantes incertezas...
O
firmamento cinzento, a cada hora mais carregado,
como
hoje, desejei um alado...
fugir
para onde não sei, desejei,
Sentar-me
à beira da mágoa e dar a minha mão
a quem
não sei...
Dizem
que os poetas fingem suas dores,
então,
sou poeta fingido e sofro horrores...
Ofélia
Cabaço
2016-01-05
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