terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Cinzentos são os dias

Dia frio e cinzento, hoje como dantes,
as árvores escorrem lágrimas baças
dançam e choram, é como ser e não ser,
olho, penso..., torturam-me lembranças
o rumo que tomou minha vida,
por mim, ansiosa, descoroada de esperanças;

Então, conversava comigo, comovida
receava enlouquecer e de mim esquecer,
Era um deserto à minha volta e na volta, sombras,
mais de toda a gente, dançavam nos meus ombros...
no meu colo, uma doce velhinha soltava tristes baladas,
O meu invulgar desejo a enriquecer...

Junto à janela uma cameleira com brancas flores, sem aves,
sacudia gotas de chuva leves e breves,
no meu peito uma ânsia rebelava uma profunda tristeza
memórias de constantes incertezas...
O firmamento cinzento, a cada hora mais carregado,
como hoje, desejei um alado...
fugir para onde não sei, desejei,
Sentar-me à beira da mágoa e dar a minha mão
a quem não sei...
Dizem que os poetas fingem suas dores,
então, sou poeta fingido e sofro horrores...

Ofélia Cabaço
2016-01-05



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