sábado, 16 de janeiro de 2016

A Minha Caixa de Madeira

Era uma caixa muito frágil e graciosa
na tampa, desenhada uma flor de amendoeira,
assim era a minha caixa de madeira...
cofre dos muitos beijos que inventei,
No ar, a dançarem, mil bolas cor de rosa
luz ténue no candeeiro, sapatos a estrear
inocente romance a decorrer sem nada ocorrer
olhos fechados, um sorriso e leve brisa
sobre mim alva e sábia nuvem poisa,
a magia da caixinha, mãos frias e lábios trémulos,
dos meus segredos, dores e amores, foi túmulo
minhas ilusões e puberdade nela pus
preguei meus sonhos em fingida cruz
naquela que era o convento da minha juventude,
na solidão dos dias, vivi e amei em plenitude,
Era uma caixa muito frágil e graciosa...

Ofélia Cabaço
2016-01-16





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