Esquecemos
sem inquietação
Imagens
belas de campos em floração
De
insondáveis recordações e beleza…
Deixamos que
se desvaneça a certeza do outono
Com a
incerteza do nosso descontentamento
Recordamos
a primavera última, esquecendo a primeira,
Gestos d´um
fulgor adormecido em flor de amendoeira
Emergem as
algas e submerge o encantamento
Os lagos
correm incessantes a par dos dias e dos anos
Debruçados
sobre suas águas envelhecem os narcisos
E a lua
não consente a sua imagem refletida…
Mas, um
olhar indelével e um radioso sorriso
Embevecido
de prazer num passado tempo e espaço
São marco
de guerreiro no coração da esperança
Perpetuando
um momento inatingível para lá do impossível
Oh!
Adágio, som musical sobranceiro e magnífico
Porque
insistes recordar-me o que nunca perfumei?
Foi tão só
um olhar fugaz como o voo dum sublime pássaro
Quando
foge da glacial montanha, de si amparo
Voando na
busca d´outro destino…
No
firmamento as estrelas sidéricas conduzem aos caminhos
Na Terra,
e nas fervilhantes ruas, procuro em vão, outro sereno olhar
Mas as
ruas já não são as mesmas e os sorrisos são devaneios
Dum caído
altar…
Emudeci
naquele olhar iluminado, adornei meu coração de amores
Mas a
bruma, teimosa, insiste numa empolada confusão de ardores
E guarda
para mim uma realidade que em si, é Nada…
Ofélia
Cabaço
2015-05-05
Sem comentários:
Enviar um comentário