Somos o que somos
E seremos o que fomos…
Vivemos apenas um dia
Tão longo e pequeno tanto
Choramos quando inda amanhecia
E ao meio dia o entorpecido pranto
Aparece sem véu e encanto
Caminhamos por desertos intermináveis
Na busca dum abrigo destinado
É infinda a cerração, densa é a noite
Continuamos a passos incontáveis
Percorrendo o caminhado,
Sucedem-se vendavais…
Privados de esplendor, os ideais
Hirtos como os pinheiros na floresta
Teimosamente sobrevivem, funesta
Juventude de idílios com música de oboé
Suave como a leveza da brisa matinal,
Arquétipo d´harmonia e bom senso
Rostos e desejos,
Que se alavam com cheiros de pinho e hortelão
Enunciando vida com ardor e emoção
No dia longo e pequeno tanto
Caminheiros, somos, desta vida para a outra…
Ofélia Cabaço
2015-05-12
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