Sei que não sabeis quem sou,
Escutai:
Sou um lago no templo que havia em mim
Nadar nas suas águas é um mistério, só consigo
Balbuciar a minha dor às ninfas
Oiço sons e baladas dolorosas (…)
Debruço-me sobre aquele altar, queixoso,
Oiço a tua voz…
Hinos de tristeza e de ardor, ocultos
Na sepultura dum templo ido (…)
Pálida imagem onde me revejo, divago,
Nas lembranças dum reinado desfeito
Figuras adornadas de rosas e catos
Vagueiam nas águas do lago que sou,
Consumida, embriagada de ilusões,
Grito o teu nome….
Eco perdido… nas águas correndo,
Infortúnio é um condão que me assalta
E não se afasta,
Não sei o que há em mim, somente sei,
Que a tristeza me toma em seus braços
Fiel, não me abandona….
É assim que eu sou, não levais a mal
O meu tormento…
Talvez eu seja uma douda que vive
Um mundo errado,
Tão errado, quanto eu penso o Amor!
Ofélia Cabaço
2014-10-06
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