domingo, 12 de outubro de 2014

O Bolo de Arroz

De mãos dadas subiam a Rua da Arquinha
Avó e neta
A rua da padaria com cheiros a limão e canela
Bolos de arroz …
A avó oferecia um, quentinho, apetitoso
A neta agradecida aquecia sua alma
De doce e  d´amor…era tão bom!

Sim, como era bom, o bolo de arroz
Da padaria da Rua da Arquinha…

Manhã houve em que a menina estremunhada
Acordou com o “tom” das conversas na cozinha
Escutou: “não tenho dinheiro p´ra comprar o livro”,
Qual livro? Pensava a neta…
Só podia ser “ Mon Ami Pierrot”, paciência!
É novo, ninguém tem, não pode ser emprestado…

De novo subiram a Rua da Arquinha…a padaria,
Os bolos de arroz, os cheiros a limão e canela
A boca húmida, vontade e apetite….
Um nó na garganta a segurar uma lágrima,

Entraram na padaria e a neta disse:
Não, não me apetece, dói-me a barriga,
Não quero, mamã… o bolo de arroz!

E, como era bom, o bolo de arroz
Da padaria da Rua da Arquinha…


Ofélia Cabaço
2014-10-12

Obs: a neta chamava a avó de “mamã”




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