segunda-feira, 16 de junho de 2014

A Tarde,

 Caía melancólica a tarde
O sol despedia-se carente de ti
No teu lugar a sombra de mim
Perguntava-me, de onde vim?...
Havia cheiro a feno,
Mas, e tu? Onde estás?
O milheiral sedento
Ondulava dolorosamente,
A pradaria escutava o teu silêncio
E o cheiro a feno teimava
Numa cruel doudeira
Ah! quem me dera ter asas,
Procurar-te para além do fim
Encontrar-te no tempo findo
Esperar a clara madrugada
Chamar-te à beira do mundo
Ouvir o eco desesperado
Da tua voz longínqua, o teu abraço
E o meu, num só, ao cair da tarde!

Ofélia Cabaço
2014-03-19

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