Clara,
esta semana para mim foi demais, morreu a minha querida professora de Ética; na
quarta tive uma apresentação de trabalho com ela e morreu na sexta feira; ela
era simplesmente maravilhosa e muito digna; antes tinha sabido que um advogado
de quem fui secretária tinha morrido também, fiquei de rastos; ontem soube
daquele jovem que morreu tão novo, assim como muitos que morrem que nós não
sabemos porque não são figuras públicas, é certo, mas, chorei duma
forma como se não aguentasse mais...... Os seres são como as folhas das árvores
sucedem-se uns aos outros, assim é a vida na terra, são mágoas difíceis de superar!
É por isso que estimo muito quem é capaz de respeitar a amizade como um bem
especialíssimo. Cada vez tenho menos paciência para o que PARECE, os atos são
antes de tudo representação do que é bom ou mau e não são as PALAVRAS que
determinam o BOM CARATER, porque elas revestem-se de finíssimos argumentos que
são apenas, e muitas vezes, APARÊNCIA. Eu escrevo PALAVRAS mas sentidas, se não
forem sentidas não são PALAVRAS e não sendo PALAVRAS eu não as sinto. Um beijo
minha amiga. Obrigada.
segunda-feira, 30 de junho de 2014
sábado, 28 de junho de 2014
Não Quero Não
Não quero sentir a tua
falta
O teu lugar vazio à
mesa, não quero
De mãos dadas quero
subir montanhas
Contigo (…)
Irás colher braçados de
margaridas
Para mim …
Tu e eu dançando nas
planícies floridas
Amando-nos sem nos amar
Querendo ambos o
passado retocar
Volvendo a música que
um dia cessou
Uma contínua
musicalidade, eu quero
O teu amor
Orquestra silenciosa
houvera, tu e eu
Fantasmas e doudeiras,
desilusões e
Mágoas, eu não quero…
Olhar para ti sem te
tocar, querer-te
Apenas…, eu quero
O cheiro do teu livro e as
estórias do meu,
Quero sentir e ler, o
teu e o meu
Silêncio, eu quero
O relógio
toca a desoras
O teu lugar vazio, não
quero,
A madrugada que nada me
diz de ti,
Vai e vem, vem e vai!
A andorinha fiel canta
em cada aurora
No beiral da nossa casa…
Enquanto houver
Primaveras ela fica,
e canta para mim....
Deixa-me no frio gelado
do Invernoe canta para mim....
Fico só, com o teu
lugar vazio….
Junto à lareira escrevo
versos de amor
Para ti!
Ofélia Cabaço
2014-06-28
segunda-feira, 23 de junho de 2014
Semente Genuína
Uma semente esquecida na seara
Onde não abundavam raios solares
Foi colhida por mim,
Foi semeada dentro de mim (…)
Regada foi, pelo orvalho das madrugadas
E, nunca perdida por temporais avessos
Floresceu…
Despida de riquezas e manias
De generosidade foi abençoada
De nobreza se enfeitou,
Com virtudes se encantou
Com um abraço minha alma alevantou
Que, já trémula à morte se rebelou,
Num envoltório de ternura e confiança
A amizade no meu coração permanece;
Às vezes, devagarinho oiço-a suspirar
Mansamente, digo-lhe para respirar,
Ela sorri e com sua leveza
E beleza, brota sentimento,
Espírito iluminador, meu pensamento!
De mãos postas roga preces
Pede novas chuvas refrescantes
A amizade não vive de esperas,
Nem de ausências somenos
Vive saciada de grossas bátegas
De abanos vigorosos e verdadeiros!
Quando o Estio persiste, Ela defina às vezes,
No seco das faces e na frieza dos olhares,
Ela, a Amizade, precisa somente de Si!
Ofélia Cabaço
2014-06-23
quinta-feira, 19 de junho de 2014
Um Dia
Alguém num longínquo dia
Me trouxe em regaço roto
De mim se esqueceu no mundo
Sôfrega, agarrei o limite (…)
Saltar eu queria e ficar no vácuo
Enfraquecido o ar me rejeitou
Deambulei de nuvem em nuvem
Desesperada a Deus roguei
Ao regaço que me trouxe eu tornei
Num fumoso sonho enganoso,
Queria não ficar …
Neste mundo de sacrifícios
Sentir dor no coração, não mais!
Este devaneio que me atormenta
Que me cansa a toda a hora
Dormir no teu regaço roto, eu quero
Ter asas e ir para casa agora.
Ofélia cabaço
2014-06-19
Na Alma D´gente
Na alma d´agente procelas de mar
Tumultuosas
Ansias e desejos de cálidas planícies
Numa atmosfera empalidecida,
Na alma d´gente …
Um turbilhão de confusas ideias
Mistérios entornáveis, sensuais desejos,
O mar frio com cheiro a terra quente
Na alma d´gente…
Gritos e revoltas, ténue consciência,
Razão vestida de mártir
E a mente! teimosa ordena
Na alma d´gente…
Feitiços, quimeras e egos,
Destroços de vidas quebradas
O mar volátil e magno
Na alma d´gente…
Poetas, pintores e artífices
Desenham túmulos de ilusões
Minhas…
O mar imenso, doce e amargo
Na alma d´gente…
Chama por algo que não existe,
Faleceu o existente …
No gritante apelo da inconsciência
Numa esfarrapada consciência!
Na alma d´gente…
Ofélia Cabaço
2014-06-18
segunda-feira, 16 de junho de 2014
A Tarde,
Caía melancólica a tarde
O sol despedia-se carente de ti
No teu lugar a sombra de mim
Perguntava-me, de onde vim?...
Havia cheiro a feno,
Mas, e tu? Onde estás?
O milheiral sedento
Ondulava dolorosamente,
A pradaria escutava o teu silêncio
E o cheiro a feno teimava
Numa cruel doudeira
Ah! quem me dera ter asas,
Procurar-te para além do fim
Encontrar-te no tempo findo
Esperar a clara madrugada
Chamar-te à beira do mundo
Ouvir o eco desesperado
Da tua voz longínqua, o teu abraço
E o meu, num só, ao cair da tarde!
Ofélia Cabaço
2014-03-19
O sol despedia-se carente de ti
No teu lugar a sombra de mim
Perguntava-me, de onde vim?...
Havia cheiro a feno,
Mas, e tu? Onde estás?
O milheiral sedento
Ondulava dolorosamente,
A pradaria escutava o teu silêncio
E o cheiro a feno teimava
Numa cruel doudeira
Ah! quem me dera ter asas,
Procurar-te para além do fim
Encontrar-te no tempo findo
Esperar a clara madrugada
Chamar-te à beira do mundo
Ouvir o eco desesperado
Da tua voz longínqua, o teu abraço
E o meu, num só, ao cair da tarde!
Ofélia Cabaço
2014-03-19
Horizontes
Nasceu numa ilha,
adiante e fora (…)
Ali, perto do mural da
Urzelina
Palco de quimeras e
metáforas
Pomares, caídas folhas
e o mar imenso
Atriz, em palcos reais,
ela e o mar
Ondas trémulas num
queixume altar
O firmamento com
estrelas cintilantes
O azuláceo horizonte a
despedir-se (…)
Sua alma, fogo a arder
sem se ver
Diz-me tu, Oh mar, quem
sou eu?
Na praia deserta de
areias pretas
Apenas sons peugadas e
o vento
Enfurecido, respinga sal
e areias
Com rosto de dama
ressuscitada
Vai o horizonte e leva
seus sonhos
Vem a noite que a
afaga, sussurra
Mansamente o alvorecer,
a madrugada
Alva como hóstia (…) um
afago mais,
E o Sol resplandecente
traz o horizonte!
Sua alma, fogo a arder
sem se ver
Diz-me tu, Oh mar quem
sou eu?
Ofélia cabaço
2014-06-16
sexta-feira, 13 de junho de 2014
Senhora Minha
Atrás das vidraças sonhei,
Árvores gigantescas dançavam
Fortes!
Ventos e tempestades olhei,
Triste, a minha alma somente!
Nas mãos finas, trémulas
Uma foto amarelecida, meia rota,
Uma senhora sentada,
Junto a uma imensidão de bétulas
Sonhadora, olhar distante, padecido,
Uma lágrima comprida percorreu
Minha face,
Quente, saborosa e amarga
Alongou-se da caricia ao tecido
Voltei-me, o vendaval!
Uma velha espreitava à porta
A minha alma tão triste, fatal,
Esperava ansiosa por ninguém
Alguém me liberta desta cisma?
E o vento batia na vidraça,
E eu não ria,
Não tinha fome de nada!
Dormir Não!
E o vento que não para!
Não tenho nada, tenho tudo,
Solidão, silêncio (…)
Sonhos e folhas caídas
Minha senhora linda, quem és tu?
Onde estás?
Porque não gostas de mim?
Ofélia Cabaço 2013-05-07
Andorinha
No azul do imenso
firmamento
Voa grande uma
andorinha
Leva para longe meu
pensamento
Deixando-o sussurrar
numa igrejinha
No seu gigante voo
Depara com minha
cabrinha
Que nas encostas da
montanha
Rumina tojo e malvinha
Na paz da terra e mais do
infinito
Só o silêncio e minha
mágoa…
A minha alma tão grande
rejubila
E, pequenina chora no
finito
A Andorinha volta……
Altas horas de noite
cálida
Recolhe-se no beiral de
minha casa
Respira madrugada gélida …
Canta dor, alevanta
suas asas
e bate na minha janela!
e bate na minha janela!
Ofélia Cabaço 2013-04-17
quinta-feira, 12 de junho de 2014
terça-feira, 10 de junho de 2014
terça-feira, 3 de junho de 2014
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