quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

INFÂNCIA

A minha amiga da infância,
É a imagem da nossa  inocência,
Personagem dos meus pensamentos,
Atriz no palco dos meus sonhos,
Presente na saudade dos sabores,
Fisionomia radiosa de todos as alegrias,
Porque enfeito a árvore de natal,
Um sininho tilintante cicia seu nome,
Coloco o presépio com musgos e bonecos,
O seu sorriso é como o da Virgem,
Peço, em silêncio ao Menino Jesus
Por ela e todos os que amo, e,
Surgem cânticos do passado, risos…..
E, ela lá está, fazendo coro,
Com perfume de alecrim,
A minha amiga sempre pequenina,
Mora comigo na quintinha do passado,
Reparto a laranja com ela,
Ofereço-lhe amoras dos montes,
Corro livremente com a saudade,
Então, roubamos limões e goiabas,
Sentamo-nos junto à cancela velha,
Conversamos, dizemos mal dos adultos,
Por fim juramos honrar a nossa amizade;
Na casinha sem porta, brincamos,
Imaginamos refeições com horas,
Enfeitamos latas tortas com magnólias
Sentamo-nos no cadeirão do faz de conta,
Usamos colares de malmequeres,
Brincos de  frésias  enjoadas,
Esperamos maridos, que nunca chegam,
Jantamos funchos, goiabas e limão,
Anoitece de repente, despedimo-nos,

Um adeus breve...................................

Sem sabermos que um dia aquele adeus
Seria gigante em separação e saudades.

 
Ofélia Cabaço, 2013-02-20

 

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