sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

A Nossa Ilha

Num cantinho em S. Miguel
Nasceu o grande poeta Quental
A joia da poesia com cabelos cor de mel
Olhar profundo como o mar, neura fatal!

 Ilha, mãe de génios
Canto, Teófilo, Natália e demais
Com valentia afugentaram demónios
Alargaram horizontes e pintaram vitrais

Quental deixou-nos delícias
Poesia e amores sem malícias
Teófilo, honras de presidente
Canto, voluntarioso, plantou semente

Quental foi doce amigo, mente divina
Sobre sua alma passeava a neurose
Arrumou no coração a sua bela Rose
Cultivou sofrimento na dor materna

Nesta ilha de estranha voz muda,
Escondem-se piratas perdidos
Em moradia de saudade aguda
Jazem glórias de anseios límpidos

Canto e Borges nos jardins adormeceram
Ao som de nascentes, colhem açucenas
Assopros de sementes caídas
Sonhos desfeitos, filhos nasceram,
Surgiram palcos com outras cenas

Ilha de mística beleza
Albergue de velha franqueza
Enfrentou mares com tempestades
Aquietou vulcões e recebeu majestades

 Enxotou piratas duvidosos
Salvou barcas abandonadas
Agasalhou frades piedosos
Desbravou rochas desprezadas

Todas as noites a nossa ilha
Envolvida num manto de bruma
Descansa numa paz maravilha
Soberba por ser uma dama.

 
Ofélia Cabaço 2013-02-08

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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