Chove
sem parar, tudo é todo,
Numa
vénia contida choram os salgueiros
A terra
tornou-se lodo...
Nem
réstia de luz entre os ulmeiros
Assim é
costumeiro...
Ver-se
ao longe catedrais de nevoeiro,
Nada se
mexe! o vento cansado,
Para
além recolheu-se sossegado;
Não
consigo sonhar neste dia, pressinto
Que a
dor tamanha não consinta,
Ouvir a
voz que me atormenta...
A
angústia que me acorrenta;
Eu sei
de mim e dos mudos também,
Aqueles
que se inclinam e sussurram amem,
Exaustos vislumbram estrela nenhuma
E a
chuva passeia de mão dada com mais umas
Almas
que escavam na escuridão, vão
Em
busca de liberdade e uma nação...
Este
mundo físico Deus meu,
por Si
criado o Universo, Timeu
versou,
e eu? Ergo as mãos ao Eterno.
Ofélia
Cabaço
2016-02-12
Ninguém consegue sonhar nestes dias.
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