Ouvi o
canto das andorinhas
Adornado
de sorriso e esperança,
Arauto
primaveril, nesta manhã gélida
Dum
fevereiro sobranceiro, frémito,
Indeciso
como ténue luz que balança...
Harpas
irão tanger melodias, montanhas,
Cortinas
harmoniosas e música, súbdito
Da paz
nos corações agitados...
Primavera
de todos e tão minha a magia
Voz que
dá vida como o nascer do dia...
Os
campos vestem tons de vergel e os narcisos
Aromatizam
margens de rios e lagos, preciosos,
Na
janela natural onde airosas petúnias saúdam a noite,
Serena
e doce, real ventura em que se existe...
Borboletas
dançam no coração das flores, pimpolhas
Desabrocham
enfeitando pérgulas e encostas, mantilhas
Roxas
tecidas nas videiras, néctar, bebida e alimento
É a
primavera perfumada, entre movimento
E ação,
que nos afaga ante nossos ais...
No
silêncio calado e morno, as formigas vão e vêm
para
o abrigo que as acodem...
Ofélia
Cabaço
2016-02-22