sábado, 5 de dezembro de 2015

O que ainda não é...

Afastar a ideia da morte eu tento
porque ela existe e me quer para si
perscruto um turbilhão de ideias tantas
no encontro da ideia em si...
Sacudo os medos e leve torna o peso
a minha cabeça e o meu pensamento!

Nesta hora a cisma do que ainda não é,
tocar os meus livros...
sentar-me num canto da sala,
a moldura sobre a mesa e o sorriso dela
sentir saudade da saudade que não é
Ainda...
aconchego o velho xaile, o frio que não é
indizível se enubla e me desabriga

O silêncio apenas muda de lugar
é minha companhia e eu amo-o porque é
silêncio e música de oboé...
Penso e não censuro a morte e o mote
é minh´alma morta e eu sei quando
ela me deixou só sonhando...

Então pássaros caídos se alevantam
e cantam para mim um hino à vida
desperto comovida...
e o Sol, mágico, entra pela vidraça
e afugenta de mim a ideia baça...

Ofélia Cabaço
2015-12-05







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