Afastar
a ideia da morte eu tento
porque
ela existe e me quer para si
perscruto
um turbilhão de ideias tantas
no
encontro da ideia em si...
Sacudo
os medos e leve torna o peso
a
minha cabeça e o meu pensamento!
Nesta
hora a cisma do que ainda não é,
tocar
os meus livros...
sentar-me
num canto da sala,
a
moldura sobre a mesa e o sorriso dela
sentir
saudade da saudade que não é
Ainda...
aconchego
o velho xaile, o frio que não é
indizível
se enubla e me desabriga
O
silêncio apenas muda de lugar
é
minha companhia e eu amo-o porque é
silêncio
e música de oboé...
Penso
e não censuro a morte e o mote
é
minh´alma morta e eu sei quando
ela
me deixou só sonhando...
Então
pássaros caídos se alevantam
e
cantam para mim um hino à vida
desperto
comovida...
e
o Sol, mágico, entra pela vidraça
e
afugenta de mim a ideia baça...
Ofélia
Cabaço
2015-12-05
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