quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Do cigarro, uma beata...

Quanto mais almejo a Paz
maior é a angústia que me faz
Justiça e Verdade
indiferentes no coração do “Poder”
...porque é para ele aquilo que não arder,
tal, tal, tal..., orfãos e irmandade,
que lindo é o Natal...,tal, tal, tal...

Fui ouvir o silêncio no parque,
rever uma árvore que me conhece...

Aquele homem com sapatos rotos
trôpego de quase tudo, deambula, receoso
do que não sabe, a par com outros tontos
Tantos...
fisionomia de magreza escanzelada, ocioso
de alcançar o que existe no mundo dos loucos;
Por vezes, olhar perdido, quase de resignação
curvando-se a uma vida cansada...
sua mente com liberdade e tanto, vagueia,
ante o verde gradeamento do portão,

Stop porque é louco...
resta-lhe um esconderijo precioso
levanta a tampa dum sumidouro, ansioso,
e com um sorriso engelhado agarra ouro,
uma beata e eis a felicidade...
Talvez não tenha a quem amar,
e não é amado em todo o mundo,
pensei...
o amor é um sentimento que ao outro damos,
uma beata pode ser amor... é amar assim e poder...

Revi meus príncipes e a minha poesia, encantados,
deambulam em quimeras e sonhos...
a diferença? é a minha imaginação
que produz uma irreversível absorção...
Ambos somos loucos, loucura idealizada
é a minha, que me dá a mão, banalizada
por fora, a loucura tem satus e rigor
por dentro encanto, prazer e amor...

Ofélia Cabaço

2015-12-17



Sem comentários:

Enviar um comentário