domingo, 8 de fevereiro de 2015

O Frio Mata

Foram dias de ventos gelados
Traziam gritos e ecos magoados
Vinham de naturezas glaciares
Envoltos em mortalha de farrapos sofridos
Um acre cheiro transformou os ares (…)
Engolindo duma só vez a liberdade
Voltavam o frio e a afronta de tempos idos
E o mar debatia os ventos gélidos
Libertando um acumulado aquecimento,
Inocência de infantis inocências…

Bosques de gigantescas rochas a seu lado
Observavam o horizonte…
Denunciando uma pueril identidade
Abstruso pleonasmo e força de bisonte
 E o frio cada vez mais de si
Atormentando crianças e velhos, o frio
Correndo como águas revoltas dum rio
À beira das pedras…
Uma sucessiva espera dum sol equatorial
Instrumento apaziguador de vindas e idas…
Olhos cerrados e um descanso sepulcral,
Uma obrigação remocada com ordem e freio
Aonde a inocência apenas verve…
Como um poeta louco.

Ofélia Cabaço
2015-02-08





 

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