Foram dias de ventos gelados
Traziam gritos e ecos magoados
Vinham de naturezas glaciares
Envoltos em mortalha de farrapos
sofridos
Um acre cheiro transformou os
ares (…)
Engolindo duma só vez a liberdade
Voltavam o frio e a afronta de
tempos idos
E o mar debatia os ventos gélidos
Libertando um acumulado
aquecimento,
Inocência de infantis inocências…
Bosques de gigantescas rochas a
seu lado
Observavam o horizonte…
Denunciando uma pueril identidade
Abstruso pleonasmo e força de bisonte
E o frio cada vez mais de si
Atormentando crianças e velhos, o
frio
Correndo como águas revoltas dum
rio
À beira das pedras…
Uma sucessiva espera dum sol
equatorial
Instrumento apaziguador de vindas
e idas…
Olhos cerrados e um descanso
sepulcral,
Uma obrigação remocada com ordem
e freio
Aonde a inocência apenas verve…
Como um poeta louco.
Ofélia Cabaço
2015-02-08
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