terça-feira, 20 de janeiro de 2015

E Tudo o Fingimento Levou…

Enquanto foi possível ofertou amigos
Desprezou sentimentos, talentos, condição
Prejudicou o “outro”, magoou profundamente
Aparências falsas, oportunismo absoluto
Mesa farta, matanças e festas
O “outro” foi lembrança de existência
Passaram os anos, a idade avançou
A natureza das COISAS foi surgindo
Doenças, que a todos nós, visita
Desgostos imprevistos, ingratidões!
O fausto e os amigos amnésicos,
Passou a não haver mesa farta, nem festas!
O porco não voltou a ter o seu natal,
As matanças deram lugar à dor
A casa, antes palácio de degustes
Passou a ser cúmplice das mágoas
Portadas podres, reclamam toda a noite!
As telhas deixam lágrimas no santuário
As paredes húmidas desgostam olhares
Varandas enferrujadas gemem ao vento
À mesa, lamentos e arrependimentos
O esquecimento da figura esfumada
É alentado, reaparece no lago sem águas
Dará a sua mão e seu coração
Passará a ser figura sagrada (…)
Ajudará, com certeza!
No segredo dos deuses as lembranças
A vida dará sucessivas estórias
Inextricavelmente no presente e no futuro
Tristemente!

Ofélia Cabaço
 2013-04-13




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